No intuito de ajudar quem está captando investimento a pensar fora da caixa, resolvi detalhar todas as categorias de investidores que existem no mercado de empresas inovadoras nascentes e emergentes.
1. Investimento próprio
Você e seus sócios sempre são os primeiros financiadores do negócio. Sejam com recursos oriundos das suas economias, seguro desemprego, FGTS, venda de bens ou até herança, essa é disparada a opção mais comum de financiamento de empresas.
2. Investidores informais
Aqui estão os famosos 3F’s: Family, Friends and Fools, ou seja, família, amigos e tolos. Brincadeiras à parte, são aquelas pessoas próximas a você que possuem recursos e podem te ajudar a alavancar o negócio.
3. Investidores-anjo
São pessoas físicas que buscam agregar conhecimento e experiência, além do dinheiro é claro, para ajudar empresas a crescerem muito e muito rápido. São investidores que trabalham de forma independente e flexível. Geralmente são executivos ou empreendedores de sucesso.
4. Redes de investidores-anjo
As redes são como associações de investidores anjo, que servem para a troca de conhecimento, experiências e oportunidades de investimento em conjunto.
Exemplo: RIA – Rede de Investidores Anjo SC
5. Family Offices
São empresas privadas estruturadas para ajudar famílias ricas a administrar, organizar e manter seu patrimônio. A maioria busca a segurança de títulos do governo, mas está cada vez mais comum ver famílias se aventurando no mundo da tecnologia.
Exemplo: Península Participações – family office do Abilio Diniz
6. Aceleradoras nacionais
Possuem um modelo parecido com as incubadoras de empresas, no entanto tem um ciclo mais rápido e em troca de suporte financeiro, estratégico, comercial e de infraestrutura pedem alguma participação acionária dos empreendedores.
Exemplos: WOW e Darwin Starter
7. Aceleradoras internacionais
Conseguir ser aceito em uma aceleradora internacional é um grande passo para abrir novos mercados. Tanto para a área comercial da empresa quanto para a própria captação de outros investidores. As aceleradoras mais prestigiadas do mundo já aceitaram diversas empresas brasileiras nos últimos anos, que acabaram virando referências para nossos empreendedores. Eles trouxeram na bagagem conhecimentos e relacionamentos que foram divisores de águas em nosso ecossistema.
Exemplos: 500 Startups e Y Combinator
8. Empresas de venture capital privadas e nacionais – Fundos CVM independentes
São empresas que captam recursos com diversos investidores, sejam pessoas físicas ou jurídicas, e constituem um fundo de investimento formal sob as regras da CVM, a Comissão de Valores Mobiliários, reguladora do mercado de capitais no país. Tem a governança como ponto forte e geralmente investem valores acima de R$ 1 milhão.
Exemplo: Bzplan
9. Empresas de venture capital privadas e nacionais – Fundos CVM cativos
São praticamente idênticas à categoria anterior, mas contam com apenas um investidor, por isso o termo fundo cativo. Na maioria das vezes são fundos ligados a entidades públicas, que contratam um gestor através de edital para administrar um fundo de venture capital exclusivo.
Exemplo: Criatec
10. Empresas de venture capital privadas e nacionais – Fundos não CVM
Essas empresas são muito parecidas com as duas anteriores, mas possuem estruturas mais flexíveis, algumas vezes com veículos de investimento fora do país. Não raramente exigem a mudança da sede fiscal da empresa para outros locais como Delaware nos Estados Unidos ou Ilhas Cayman.
Exemplo: Redpoint eventures
11. Empresas de venture capital privadas e internacionais
São empresas independentes com sede e foco fora do país, mas de vez em quando olham para oportunidades no Brasil. Nesse caso é muito comum a exigência de mudança da sede da empresa para outro país.
Exemplo: Bessemer Venture Partners
12. Empresas de venture capital corporativo
São divisões de grandes empresas que se especializam na realização de investimentos de risco. Muitas organizações utilizam o venture capital corporativo como alternativa para o processo de inovação.
Exemplo: Totvs Ventures
13. Empresas de venture capital ligadas a bancos
São análogas a categoria anterior, mas no universo dos bancos. Não são muito atuantes no Brasil e possuem uma dinâmica de interesses e incentivos diferentes dos fundos corporativos.
Exemplo: Santander InnoVentures
14. Empresas de venture capital social
Gestores de venture capital social surgiram para proporcionar uma nova fonte de financiamento para empreendedores sociais. Eles equilibram atributos como missão social, paixão de um empresário pela mudança social, e rede comunitária com as preocupações mais empresariais e comerciais.
Exemplo: Vox Capital
15. Empresas de venture capital público
São veículos de investimento de governos federais e estaduais que realizam investimentos diretos em empresas privadas. Uma das justificativas para desse investimento público em empresas inovadoras é que o investimento público pode criar incentivos para o acompanhamento do investimento privado.
Exemplos: FINEP e SC Parcerias
16. Empresas privadas
A diferença entre essa categoria e as empresas de venture capital corporativo é que estas organizações não possuem uma estrutura dedicada à busca de investimentos de risco. Elas podem aproveitar oportunidades alinhadas com a sua visão e realizar o aporte diretamente. Geralmente aqui não existem muitos processos formalizados.
Exemplo: B2W
17. Equity Crowdfunding
Essa categoria é uma variante do famoso financiamento coletivo, onde os apoiadores de uma ideia ganham um prêmio simbólico por ajudar a concretizar um sonho. Nesse caso, a pessoa que contribui ganha ações da empresa que recebe o recurso. É uma forma muito democrática de investimento em startups. Apesar do alto risco está crescendo muito no mundo todo.
Exemplo: Broota
Todas as categorias de investidores têm seu lado positivo e negativo. Antes de sair atirando para qualquer lado veja o que faz mais sentido para sua empresa e o que deixa você mais confortável. Não deixe para reclamar depois.
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