É muito comum encontrarmos conteúdo na internet discutindo a morte ou não do Plano de Negócios. Para nós, a utilidade do plano é indiscutível, o que importa mesmo é o formato, a qualidade do conteúdo e o timing (tanto da sua construção quanto da sua apresentação para investidores).
Neste post explicarei a nossa visão sobre o melhor momento para construir esse documento. O formato, o conteúdo e a hora certa de apresentá-lo para investidores serão explorados em outros textos.
Até pouco tempo atrás as recomendações eram:
“Comece pelo plano de negócios”
“Proteja sua ideia”
“O cliente não sabe o que quer”
Mas os fatos são:
1. Construir um documento completo, de acordo com as metodologias tradicionais, demora muito tempo.
2. É muito difícil alguém ter tempo para ler um plano de negócios de 150 páginas cheias de premissas não validadas com o cliente, especialmente de negócios inovadores.
3. Ninguém pode se dar ao luxo de perder todo esse tempo e investir recursos financeiros antes de validar as hipóteses do modelo de negócios, principalmente as premissas ligadas a demanda.
Achar que você é o próximo Steve Jobs e querer adivinhar o que o cliente vai comprar é muita pretensão.
Depois de constatar esses fatos, alguns estudiosos do empreendedorismo como Steve Blank e Eric Ries, aficionados pela redução de desperdícios nesse processo, sugeriram uma série de mudanças na construção de um negócio inovador. As etapas ficaram assim:
A antecipação da validação do modelo de negócios reduz drasticamente o risco e aumentam muito as chances de sucesso do empreendimento. Além disso, dá maior velocidade aos ciclos de descoberta, validação e revisão da estratégia.
Hoje já existem metodologias consolidadas para validação de hipóteses do modelo de negócios. Uma das que eu mais gosto é a “20 Interview Rule“ do Jason Lemkin. Mesmo assim, ainda nos deparamos com equipes que possuem um produto atrás de problemas para resolver, sem conexão com as necessidades reais do cliente.
A mudança desse paradigma é uma das principais evoluções no processo empreendedor dos últimos anos. Entender não é difícil, aceitar já é outra história.
Artigos relacionados:
Nossos 11 critérios para avaliar os empreendedores
O erro mais encontrado em projeções financeiras