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Empreendedorismo

Meus 5 insights mais importantes pós Vale do Silício

Por 21 de fevereiro de 2017No Comments

Depois de uma temporada de 2 semanas fora do país, os posts voltam no ritmo de antes, e o tema da vez não poderia deixar de ser sobre a viagem que fiz para a Califórnia e ao Vale do Silício.

Embora eu tenha ficado 90% do meu tempo em São Francisco, descobri, graças a explicação da minha nova amiga Wal, do Acontece no Vale, que São Francisco, tecnicamente, não fica no Vale do Silício, mas hoje os dois vivem uma simbiose em termos de negócios e, por isso, vou usar apenas um termo.

Apesar de já ter estudado e lido muita coisa sobre o Vale, passar por lá e sentir a cultura local faz a gente pensar muito e chegar a conclusões marcantes:

1. Relacionamento e resultado podem te levar muito longe

Não acredito que exista alguma coisa mais importante do que relacionamento e resultado quando se fala de negócios e captação de recursos. Seja para uma empresa iniciante, uma mais avançada ou uma gestora de fundos como a Bzplan. Já acreditava nisso, mas parece que um choque de realidade nos faz relembrar e reforçar o que realmente importa, profissional e pessoalmente falando.

Você não sai do lugar se não conhecer as pessoas que decidem ou podem ajudar a encontrar os tomadores de decisão. Em seguida, você pode até levantar voo, mas não vai muito longe se não entregar resultado. Toda captação de investidores funciona assim.

2. Agora é a vez do machine learning

Assim como aplicativos para celular e computação nas nuvens dominaram os cenários de tendências nos últimos anos, o machine learning é o assunto dominante nas novas projeções. Ouvi o termo ou assisti uma palestra sobre o conceito quase todos os dias enquanto estive no Vale. Alguns entendem que ele está dentro da área de inteligência artificial, mas há quem discorde:

“I don’t like the term A.I. Machine Learning is the real thing.”

Essa foi a frase que ouvi ao vivo do próprio Tomasz Tunguz em um dos painéis no SaaStr. Depois ele desenvolveu melhor e colocou as ideias dele nesse post aqui.

Vaidades e terminologias a parte, o que importa é que essa não é uma tendência futurística e sem aplicação prática, muito pelo contrário. Fui apresentado a um projeto de código aberto da Google chamado TensorFlow, com o qual desenvolvedores estão criando aplicações reais impressionantes. É uma espécie de “machine learning as a service”. Você só precisa fazer a perguntas certas. Quem não se inteirar vai ficar para trás.

3. Nós jogamos futebol com os pés e, eles, com as mãos

É inegável – e seria muita pretensão minha não reconhecer – que o jogo do empreendedorismo e investimento em startups no Vale do Silício é totalmente diferente do jogo que jogamos no Brasil. Desde o custo do capital até a disponibilidade de mão de obra qualificada. Mas vou explorar mais sobre essas diferenças em outro post.

O que ficou mais evidente agora é que tem muita gente no Brasil querendo jogar o mesmo jogo do Vale. Tenho certeza de que precisamos adaptar várias dessas regras para a nossa realidade, e não apenas copiar e colar tudo o que acontece lá, esperando os mesmos resultados. Querer se tornar o Vale do Silício Brasileiro tem seu mérito, mas Neymar não faz touch down. Temos que pensar diferente. E me entristeceu ver que a maioria dos brasileiros desistiu ou tem preguiça de pensar num modelo brasileiro de empreendedorismo e venture capital.

4. Cavalos domados e cavalos selvagens

A analogia mais imediata – com certeza não a melhor – quando ouvi empreendedores do Vale falando frente a frente foi a de compará-los a cavalos selvagens, enquanto nós, brasileiros, seríamos cavalos domados. Os selvagens nunca ficaram no cocho, nunca colocaram rédeas ou foram chicoteados, por isso pensam tão diferente e mais fora da caixa. Os cavalos domados sempre viveram com barreiras, regras e punições.

No Vale parece que tudo é possível – rodadas de investimento bilionárias, metas agressivas, culturas malucas, o CEO apenas chama o advogado e o contador e determina: façam acontecer! Já no Brasil sempre convivemos com muitos riscos ao empreender: trabalhistas, tributários, societários e financeiros. Até se tudo dá certo, pronto, é feio ganhar dinheiro. Somos cavalos domados e precisamos de um esforço extra para pensar grande e dar certo.

5. Não existem limites, apenas escolhas

Independente de concordar ou não com os pontos levantados, todos são livres para mudar de esporte a hora que quiser. O Vale do Silício é um lugar fantástico para empreendedores de todas as partes do mundo. Você pode escolher empreender aqui ou lá, captar recursos aqui ou fora do país, vender para clientes no Brasil ou no mundo, independentemente de qualquer caminho, é possível vencer. Mas preste atenção às regras do jogo que você escolher, pois toda escolha tem consequências. Procure apenas saber onde está se metendo e vá em frente.

 

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