Uma projeção financeira pode ter muitas funções diferentes. Porém, é impossível que uma única projeção sirva para todo tipo de situação. A verdade é que para cada função distinta existe um formato e uma lógica mais adequada.
De maneira geral existem três tipos diferentes de projeções financeiras, que podem atender um ou mais objetivos. Esses tipos se diferenciam em termos de detalhamento, precisão e prazo. São três peças diferentes entre si, mas que devem se conectar.
Orçamento de curto prazo
Geralmente é feito na base mensal para um prazo de 12 meses. É uma projeção muito detalhada, na qual o erro pode custar caro. Recomenda-se que se façam revisões do orçamento mensalmente. Ele pode ser usado para cumprir as seguintes funções:
- Organizar ações e distribuir recursos
- Gerenciar o fluxo de caixa
- Monitorar métricas e o plano de execução
- Prestar contas para acionistas e colaboradores
- Negociar
Projeção mensal de médio prazo
Essa é a projeção que a maioria das startups faz. Também é construída na base mensal, mas nesse caso para um período maior, de três anos. Seu principal objetivo é explicitar como a empresa vai crescer nos anos seguintes, geralmente até atingir o ponto de equilíbrio.
A margem de erro desse tipo de projeção é maior do que o orçamento de curto prazo. Quanto mais consistentes forem as validações das hipóteses, menos errado estará esse exercício. A frequência de revisão deve ser semestral ou toda vez que houver mudanças significativas no modelo de negócio ou em suas premissas. Suas principais funções são:
- Validar o modelo de negócios
- Calcular a necessidade de capital
- Mostrar o racional de crescimento da empresa
- Validar a maturidade e a experiência da equipe
- Criar planos de cargos, salários e remunerações variáveis
Projeção de longo prazo
O último exercício deve ser feito na base anual. Faça-o por um período de cinco anos. Eu sei, eu sei, isso é futurologia, mas faz parte da avaliação entender onde o empreendedor acha que dá para chegar com aquele negócio e comparar esse cenário com o tamanho do mercado.
Nesse exercício o erro é uma certeza, por isso não se deve gastar muito tempo no detalhamento dessa projeção. As revisões podem ser feitas anualmente, quando a empresa estiver diante de uma grande oportunidade estratégica ou for captar investimento. Essa projeção tem funções bem específicas:
- Mostrar o potencial de crescimento da empresa
- Calcular o valuation da empresa
- Planejar e revisar a estratégia
- Analisar cenários e apoiar a tomada de decisão
As três peças devem obedecer ao mesmo padrão e terem a mesma origem. Assim facilita-se a sua construção e revisão.
Conclusão
A projeção financeira é o início e o fim de muitas decisões na vida de uma empresa. Mesmo sendo uma ferramenta controversa no mundo das startups, a sua utilidade é indiscutível. O empreendedor não deve usa-la em excesso e muito menos deixar de usa-la. Isso significa saber como navegar nos números e formatos das projeções para cada momento e objetivo da empresa, sem desperdícios e com a maior assertividade possível. O tempo é um bem muito precioso para qualquer empreendedor, e deve ser sempre otimizado.
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