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Planejamento financeiro

Projeção financeira não é previsão de futuro, é…

Por 10 de novembro de 2020No Comments

Principal erro quando pensamos em uma projeção financeira

Um dos meus primeiros artigos aqui no blog foi sobre o principal erro que observo em projeções financeiras: o cálculo da necessidade de investimento.

Esse cálculo é o auge de uma série de estudos, definição de premissas e decisões que culminam num planejamento financeiro de médio ou longo prazo. Esse processo é bem detalhado no nosso curso online de Modelagem e Projeções Financeiras.

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Como esse cálculo é uma consequência das hipóteses assumidas e do cálculo em si, temos duas grandes chances de errar: hipóteses falsas e matemática furada. Porém, essa é uma das variáveis mais críticas para uma empresa que cresce à base de investimentos.

O que será do futuro dessa empresa se ela errar a quantidade de dinheiro de que precisa? Como contornar esse problema? Como administrar e usar o planejamento financeiro construído tão arduamente para evitar que falte dinheiro?

É isso que veremos neste artigo.

As funções de uma projeção financeira

Em outro artigo aqui do blog falamos das principais funções de uma projeção financeira. Apesar dessa ferramenta ter inúmeras utilidades, eu costumo atribuir três grandes objetivos a ela.

O primeiro é o planejamento: definir o norte, a meta, onde se quer chegar.

O segundo é a gestão: controlar o rumo e corrigir o percurso na direção definida pelo planejamento. É nesse processo iterativo entre planejamento e gestão, orçado e realizado, que temos a oportunidade de aprender. Se damos um passo para uma direção, mas não sabemos aonde queremos ir, como sabemos avaliar nosso resultado? Como saber que erramos e como avaliar nosso erro? Como aprender?

O terceiro e último grande objetivo é: sinalizar para quem quer que seja que somos capazes de executar. Podemos ter essa necessidade quando falamos com investidores, parceiros, bancos, clientes, fornecedores, colaboradores e equipe. Todo empreendedor precisa que essas pessoas acreditem no seu sonho, acreditem que a equipe que está liderando a empresa é capaz de executar.

Mas, afinal, bons executores são capazes de prever o futuro?

Adivinhar o futuro é apenas um capricho

Os melhores empreendedores que eu conheci não possuem a pretensão de adivinhar o futuro. Mas são aqueles que melhor interpretam a realidade da demanda do cliente.

A partir da leitura dessa realidade, eles destacam as conclusões mais relevantes e pinçam as variáveis mais importantes. Elas são então organizadas, correlacionadas e projetadas para desenhar um futuro mais provável do que aquele gerado pelas incertezas naturais do processo de inovar.

No final das contas, é isso que todo mundo quer encontrar: um futuro promissor e provável. A falta de previsibilidade é um problema de toda e qualquer empresa. É ela que dá o sabor, o risco, que atrai apenas os corajosos.

Mas se engana aquele que pensa que não existe um gradiente de previsibilidade. Depois de muito tempo analisando oportunidades de investimento eu fui obrigado a treinar meus olhos e ouvidos para posicionar cada empresa nesse gradiente.

Todo empreendedor consegue construir um plano mirabolante de milhões de reais. Mas quem é que mais tem mais chances?

Um mapa que orienta

Uma das ferramentas que consolida o aprendizado e a maturidade do empreendedor é a projeção financeira. Nela, como vimos antes, estão concentradas as variáveis mais críticas para aquele modelo de negócios, as que temos que ficar de olho, principalmente na fase de tração.

Sem esse discernimento, e sem a compreensão das consequências de quando as coisas dão errado, não é nada fácil perceber o erro, muito menos de saber como ajustar o rumo.

E de uma coisa vocês podem ter certeza: algo vai dar errado.

Por isso, uma projeção financeira não deve ter nunca a pretensão de prever o futuro. E o fato dela nascer “errada” nunca deve ser justificativa para que ela não seja construída.

Ela deve ser um mapa a que o empreendedor deve recorrer com a maior frequência possível, desde que não prejudique a eficiência da operação.

Por isso, em muitas ocasiões, devemos chamá-la de “plano de execução”, pois essa ferramenta deve apresentar claramente o racional de crescimento da empresa. O quê, como, quem, quando e quanto. As respostas quantitativas em complemento à tese qualitativa de crescimento.

Portanto, projeção financeira não é previsão de futuro, é plano de execução.

Na próxima vez que você for construir qualquer ferramenta de planejamento financeiro, abandone estas duas ideias:

1. Que você é obrigado a acertar. Não é! Você é obrigado a aprender.

2. Que você deve olhar para a projeção no início e no fim do período. Não deve! Essa ferramenta deve te acompanhar por toda a jornada. Ser o principal instrumento de tomada de decisão da empresa. Por isso o contato deve ser diário.

Bons negócios!

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